Vacinas e Letramento Científico: aprendizados da pandemia
Como a pandemia de COVID-19 revelou a importância do letramento científico? Descubra como compreender vacinas, interpretar dados e combater fake news pode salvar vidas e fortalecer a cidadania científica.
FEMALEC
5/9/20253 min read
A pandemia de COVID-19 mudou radicalmente o mundo. Em poucos meses, expressões como imunidade coletiva, vacina de RNA mensageiro e ensaios clínicos passaram a circular nas conversas do dia a dia. Mas, junto com a ciência, também avançaram a desinformação, as teorias conspiratórias e as fake news.
Esse cenário mostrou de forma clara como o letramento científico é essencial: mais do que saber conceitos básicos de biologia ou medicina, é preciso compreender como a ciência funciona, como avaliar informações e como tomar decisões conscientes.
O que aprendemos com a pandemia
A experiência recente revelou pelo menos três grandes lições:
A velocidade da ciência
Nunca antes uma vacina foi desenvolvida tão rapidamente. Isso só foi possível graças a tecnologias já em pesquisa há décadas, como as vacinas de RNA, e a cooperação científica internacional.
Para o público, no entanto, a rapidez gerou dúvidas: “Será que foi seguro?” Esse questionamento mostra a importância de entender os protocolos de segurança e revisão científica.
A ciência é dinâmica
Durante a pandemia, recomendações mudaram (ex.: uso de máscaras, intervalos de doses).
Para quem não compreende a natureza provisória da ciência, isso parecia contradição. Na verdade, era o processo científico acontecendo: novas evidências → atualização de práticas.
A desinformação em escala global
Boatos de que vacinas alteravam o DNA ou implantavam chips se espalharam rapidamente.
O impacto foi grave: queda na adesão vacinal, atrasos no controle da pandemia e polarização social.
O papel do letramento científico diante das vacinas
Uma pessoa cientificamente letrada:
Diferencia evidência de opinião: reconhece que eficácia e segurança das vacinas são avaliadas em estudos revisados por pares.
Sabe interpretar gráficos e dados: compreende taxas de eficácia, hospitalizações e mortalidade.
Entende o caráter coletivo da ciência: vê que consensos são fruto de estudos acumulados, não de opiniões individuais.
Toma decisões conscientes: avalia riscos e benefícios, considerando o impacto social de sua escolha.
Exemplos concretos de como o letramento fez diferença
Fake news do DNA: mensagens afirmavam que vacinas de RNA alterariam o material genético humano. Quem entende biologia básica e o mecanismo das vacinas sabe que o RNA mensageiro não entra no núcleo celular e, portanto, não interage com o DNA.
Eficácia das vacinas: manchetes diziam que “mesmo vacinados, pessoas ainda pegavam COVID-19”. O letramento científico ajuda a compreender que a vacina não impede totalmente a infecção, mas reduz drasticamente casos graves e mortes.
Desafios para o futuro
A pandemia escancarou uma questão: não basta produzir ciência, é preciso que as pessoas compreendam ciência. Alguns pontos cruciais:
Educação científica na escola: aulas devem incluir análise crítica de notícias, debates sobre saúde e experimentação científica.
Comunicação clara e acessível: órgãos de saúde e veículos de imprensa precisam traduzir resultados científicos sem simplificações enganosas.
Valorização do jornalismo científico: combater fake news exige profissionais especializados em interpretar dados e pesquisas.
“O letramento científico nos ajuda a compreender que vacinas não eliminam totalmente uma doença, mas reduzem hospitalizações e mortes.”
Conclusão
As vacinas contra a COVID-19 salvaram milhões de vidas em todo o planeta. Mas a resistência de parte da população mostrou que avanços científicos, sozinhos, não bastam. Sem letramento científico, a desinformação ganha força e coloca em risco conquistas coletivas.
Promover o letramento científico é preparar cidadãos para compreender ciência, interpretar dados e tomar decisões responsáveis. Afinal, a ciência só cumpre seu papel quando é compreendida e aplicada pela sociedade.
Referências
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Ten threats to global health in 2019. Geneva: WHO, 2019.
CALLAWAY, E. The race for coronavirus vaccines: a graphical guide. Nature, v. 580, p. 576–577, 2020.
ORNELL, F.; SCHUCH, J. B.; SIQUEIRA, L. C.; KESSLER, F. H. P. “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 42, n. 3, p. 232–235, 2020.
OMS. Coronavirus disease (COVID-19): Vaccines. Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/covid-19-vaccines.
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